domingo, 1 de maio de 2011

Noite de abertura da XV edição do CinePE

A 15ª edição do CinePE - Festival do Audiovisual teve seu pontapé inicial dado na noite de ontem, no Centro de Convenções, em Olinda. O público compareceu em massa, como manda a marca registrada do festival. Infelizmente, parte da lotação do Teatro Guararapes não se deu pela vontade de prestigiar a exibição dos filmes. A esperança era a de ver “de perto” os homenageados da noite: o rei do futebol, Pelé, e o ator Wagner Moura.

A cerimônia de homenagens integrou dois curtas-metragens dedicados ao Pelé, a ficção Uma História de Futebol e o documentário Cine Pelé. O ex-jogador, que já atuou em algumas produções cinematográficas (inclusive ao lado do eterno Rambo, Sylvester Stallone), parecia bastante agradecido pela lembrança, apesar de se apresentar graciosamente arrogante em Cine Pelé, ao taxar atletas como Maradona de incompletos.

Wagner Moura, que tem 25 trabalhos rodados na retomada do cinema brasileiro no currículo, não conseguiu chegar à tempo para receber a Calunga de Ouro. Sua mãe, dona Altenira Moura, foi quem compareceu ao evento, acompanhada do “Capitão Nascimento da meia-noite”, um boneco gigante de Olinda.

Na mostra competitiva de curtas-metragens, foram exibidos cinco filmes: Vou Estraçaiá (PE), Muita Calma Nessa Hora (RS), O Contador de Filmes (PB), Janela Molhada (PE) e A Casa das Horas (CE). Particularmente, o primeiro e o último foram os mais interessantes, mas de maneira bem distinta.

Dirigido por Tiago Leitão, Vou Estraçaiá conta um pouco da história do lutador de boxe pernambucano Todo Duro, passando pela rixa que tem com Holyfield, baiano e também lutador. O fato de ser um documentário com muitas partes engraçadas (coisa um pouco difícil de acontecer), fez com que o filme agradasse bastante a plateia que, mesmo defasada após a saída de Pelé, encheu o teatro de sinceras risadas. Além de imortalizar as cômicas e violentas “trocas de farpas” entre os boxeadores, o curta nos faz mais um favor: desmistifica o documentário, tido como um gênero maçante pela maioria das pessoas.

A Casa das Horas, de Heraldo Cavalcanti e protagonizado por Nicette Bruno, por sua vez, é uma produção bonita e reflexiva, ao dar lugar à discussão do abandono de pais por parte dos filhos.  Dona Celeste (Nicette), ao perceber que seu filho esqueceu a data de seu aniversário, passa a tratar de sua solidão conversando por telefone com os atendentes de telemarketing da farmácia que frequenta, todos os dias, sempre no mesmo horário. Apesar de recebermos uma certa dose de uma “lição de moral”, como acontece em muitos filmes, tudo é feito com sutileza em A Casa das Horas, de modo que não soa piegas ou clichê.

Programação

Na noite de hoje serão exibidos mais cinco curtas e terá início a mostra competitiva de longas-metragens, com o filme Família Vende Tudo (SP), uma ficção de Allain Fresnot. Os ingressos custam R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia).




Lorena Tabosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário