terça-feira, 1 de março de 2011

Bruna Surfistinha, o filme.

Jovem de classe média, com família um tanto desestruturada e dificuldade de integração no meio em que vive, se torna garota de programa. Convenhamos, essa não é nenhuma novidade, nada inédito. Aqui pertinho, no bairro de Boa Viagem, temos várias histórias semelhantes. Mas a graça de Bruna Surfistinha, filme dirigido por Marcus Baldini que estreou na última sexta (25), mora justamente aí, aí mesmo na aparente falta de criatividade.

Longe de ter um roteiro (baseado no livro biográfico O Doce Veneno do Escorpião - O Diário de uma Garota de Programa) de grandes proporções em termos de surpresas e fulga à realidade, a intenção do filme é, de fato, bem simples: trazer à tela a trajetória de uma prostituta, desde sua decisão de ingressar na profissão, passando pelo sucesso nacional como "blogueira destemida", até seu declínio e aposentadoria. E, provavelmente por isso (a simplicidade), o longa funcionou bem.

Deborah Secco como Bruna (Foto: Divulgação)
Baldini, que tem grande experiência na área de videoclipes e comerciais de TV, inicialmente não tinha certeza se queria Deborah Secco interpretando Bruna. No fim, ele concordou que ela cairia bem no papel. Confesso que eu também tinha muitas ressalvas quanto à sua participação, principalmente por temer que o filme se tornasse uma extensão das novelas globais. Mas creio que a sensualidade de Deborah, já exaustivamente explorada nos folhetins, deu um molho a mais.


Bruna Surfistinha e Deborah Secco (Foto: Divulgação)
Há cenas picantes? Logicamente, há. Afinal, estão projetando a vida de uma profissional do sexo na tela. Mas não é nada que nos faça confundir com uma produção pornográfica. Longe disso. É claro que, para quem leu o livro (não foi o meu caso), existem discrepâncias. Mas, no geral, as cenas foram tratadas com cuidado e conseguiram transmitir o que o diretor deve ter pretendido com elas. Em algumas, sentimos dó e nos preocupamos com a situação de Bruna. Em outras, conseguimos até nos despir um pouco do desconforto e entendemos que ela também se divertia às vezes e que, para ela, não era sempre de todo ruim.




Lorena Tabosa



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